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10.) O TDAH NO ASPECTO SOCIAL:

A impulsividade da criança com TDAH é anormal: não consegue parar de mexer nas coisas, diz coisas fora de hora, mesmo sabendo que não deveria dizê-las. Seus impulsos colocam-na em constantes conflitos com os pais, colegas e professores.

Seu descontrole emocional é demonstrado pela irritabilidade, pela agressividade e pelo choro. Tem mudanças freqüentes e inesperadas de humor. Assusta-se e entra em pânico por motivos tolos. Algumas são retraídas, inibidas e frustram-se com facilidade; são incapazes de concentrar-se na ação; perdem o interesse quando utilizam materiais que exigem esforços de conceitos.

Na idade escolar, crianças com TDAH, apresentam maior probabilidade à repetência, evasão escolar, baixo rendimento acadêmico e dificuldades emocionais e de relacionamento. Supõe-se que os sintomas da TDAH sejam catalisadores, tornando as crianças vulneráveis ao fracasso nos dois processos mais importantes para um bom desenvolvimento: o relacionamento social e a escola.

A criança hiperativa sofre conseqüências sociais, a começar pelos amigos que a descriminam por se sentirem incomodados devido ao seu comportamento.

Queixam-se que o hiperativo atrapalha as brincadeiras, é muito impaciente, pouco tolerante, não respeita as regras do grupo e, muitas vezes, quer impor as suas próprias regras. Este comportamento tem como conseqüência o afastamento do grupo, e isto é um fator agravante para o estado emocional do hiperativo. Além disso, são excluídos das atividades sociais como festas, passarem o dia na casa dos amigos, entre outras.

As dificuldades no aprendizado muitas vezes estão relacionadas à hiperatividade. Esta não é uma condição obrigatória, apesar de a associação de ambos ser bastante freqüente. Geralmente, o paciente hiperativo apresenta-se disperso e desatencioso, e isto prejudica o seu desempenho escolar. Por isso que, ao se tratar o paciente hiperativo, é notada marcante melhoria no seu rendimento escolar.

Os pacientes que não apresentam dificuldades no aprendizado conseguem executar as tarefas de modo rápido e eficiente, mas como terminam antes que os outros ficam a atrapalhar o trabalho dos colegas por conta da hiperatividade (TOPCZEWSKI,1999, p. 65). Este comportamento causa uma grande insatisfação ao grupo, que passa a reclamar. A interferência da professora, que chama a atenção do aluno, tem como objetivo primordial o de manter a classe organizada, provocando uma reação agressiva por parte do aluno, alem de acentuar a hiperatividade.

10.1)O TDAH associado a alterações clínicas:

A cognição significa aquisição de conhecimentos de um modo geral e a criança hiperativa apresenta esta função alterada, pois o seu comportamento hiperativo acarreta a dispersão e a desatenção conseqüentemente, a impossibilidade para o aprendizado satisfatório e evidente. Há casos em que a disfunção cognitiva pode ser determinada por outras causas, portanto não é acompanhado, necessariamente, da hiperatividade.

O adolescente pode apresentar o problema multiplicado, pois vem caminhando com os transtornos comportamentais e as dificuldades para o aprendizado, especialmente para a leitura, desde o período escolar. Esta dificuldade gera certo grau de desinteresse e mesmo desprezo pela leitura e para as outras atividades escolares, que culmina com o comprometimento importante do desempenho e do rendimento escolar e se dedicam ao trabalho, que, na maior parte das vezes, e pouco qualificado, (MATTOS, 2003, p. 63). O hiperativo apresenta as dificuldades escolares, o que muito frustra a família. Após um determinado ponto, o professor se torna impaciente e, até intolerante por conta dos sucessivos insucessos e começam a se manifestar os conflitos internos, caracterizados pela ansiedade, a qual pode se levar depressão. Há vezes em que não conseguem nem mesmo participar nos negócios da família, os quais já estão estruturados assim, acaba sendo colocado em posições secundárias, o que gera conflitos internos e a sensação de insatisfação e infelicidade para o jovem, pois conscientiza, de maneira concreta, a sua incapacidade global. Este conflito interno gera a depressão, que se caracteriza por uma sensação de desesperança e certa tendência a desistir dos objetivos futuros pertinentes. Essa visão negativa de si mesmo leva a baixa auto-estima, auto-estima negativa e uma visão de futuro desfavorável. Em condições habituais esses adolescentes apresentam oscilações comportamentais e variações no humor que se agravam com os reveses escolares e os insucessos sociais.

Geralmente, os hiperativos apresentam alterações na chamada memória de curto período, e isso se deve a baixa capacidade de atenção e a pouca concentração. As mães referem que, quando solicitam algo a criança, esta retorna após alguns minutos perguntando qual foi à solicitação, pois se esqueceu do pedido que lhe fora feito. Esta falta de memória já é, por si só, um fator de baixo rendimento escolar que quando associado à hiperatividade agrava o quadro.

Encontra-se com certa frequência esta associação as alterações do sono referidas que são a agitação, virar-se de um lado para o outro frequentemente, falar ou gritar dormindo.