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9.) O DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA COM TDAH:

No período pré-escolar a criança pode se apresentar hiperatividade, mas este comportamento, em algumas ocasiões, pode desaparecer com o passar do tempo em decorrência da maturação do sistema nervoso central. Há ocasiões, entretanto, que a hiperatividade persiste alcançando o período escolar; é a partir deste momento que surgem os transtornos maiores para as crianças e para as circunstantes, quando começam a contestar e a desacatar as autoridades.

Estudos mostram que a hiperatividade pode diminuir no inicio da adolescência, mas estes adolescentes, por vezes mantêm alguns traços mais sutis que os diferenciam dos outros colegas que foram hiperativos; são especialmente estes jovens de dificuldade relacionada à atenção e concentração. Esses adolescentes apresentam, em certas ocasiões, rendimento acadêmico aquém do esperado no tocante ao aspecto cognitivo e visiomotor. A consequência é a baixa-estima, que prejudica de modo marcante, o desempenho global do jovem na sua vida escolar, familiar e social, comprometendo a sua qualidade de vida.

A maioria das pessoas com TDAH apresentam o quadro de desenvolvimento normal, mas alguns denotam algumas defasagens no desenvolvimento motor. “Nestes casos, o que mais se encontra é o paciente com alterações motoras do equilíbrio, comprometendo suas Atividades da Vida Diária (AVD)”. (TOPCZEWSKI, 1999, p. 46). Grande parte das pessoas hiperativas apresentam o nível de inteligência normal, sendo que alguns podem até apresentar o nível de inteligência acima do normal.

A hiperatividade não é um sintoma que aparece isolado, mas sim acompanhado por outras manifestações, com uma baixa capacidade de manter a atenção é também chamada de Distúrbio Déficit de Atenção (DDA). Isto significa que a criança não consegue se concentrar e, por isso, a memorização é prejudicada, comprometendo o resultado final do seu aprendizado.

Os problemas emocionais podem determinar alterações comportamentais incluindo a hiperatividade. A carga emocional que a pessoa porta, por conta dos insucessos escolares e sociais, modifica o seu comportamento, e isso, por sua vez, repercute nas relações familiares de modo acentuado. Muitas vezes os desentendimentos familiares relativos à educação, as comparações que são feitas pelos pais entre os filhos e os desajustes entre o casal comprometem seriamente o ambiente doméstico e consequentemente, alteram o comportamento dos filhos. Há que se considerar outros fatores com os descompassos profissionais dos pais, que também influem, de modo marcante, na dinâmica da família. Desta maneira cria-se um círculo vicioso: desajuste familiar - sobrecarga emocional – hiperatividade.

O exame psicológico é muito útil, pois através da aplicação de testes é possível se detectar a interferência dos fatores emocionais desencadeantes, que nem sempre estão evidentes para a família e nem mesmo para a criança. Em algumas ocasiões dependendo da idade, as próprias crianças e os adolescentes já relatam fatos que podem ser os determinantes das alterações emocionais e comportamentais; outras vezes, este diagnóstico só é possível através das avaliações especializadas realizadas por profissionais habilitados no real conhecimento dessas alterações.

Devemos ter em mente que o diagnóstico precoce e o tratamento adequado previnem os grandes desvios comportamentais, os conflitos internos e externos, reduzindo assim o tempo do tratamento (TOPCZEWSKI, 1999, p. 51).

Sempre que as alterações emocionais forem detectadas, o tratamento psicológico está indicado, pois o não tratar agravará as dificuldades do relacionamento social e familiar. Consideramos que a orientação psicológica é uma necessidade para reorganização psíquica do indivíduo, que, sem dúvida, apresenta um sofrimento emocional intenso que dificilmente terá uma solução satisfatória sem uma ajuda psicoterápica.

A orientação psicológica muitas vezes é interessante e necessária para os pais, pois os ajuda a entender e lidar com o problema do filho de modo mais adequado; é comum os pais se sentirem desorientados e fragilizados diante de uma situação que não conseguem avaliar e controlar. Não raro, os terapeutas se deparam com muitas dificuldades para abordar o pai, que, na maior parte das vezes, considera-se uma pessoa perfeita, isenta de distúrbios emocionais, portanto dispensa qualquer tipo de orientação psicológica. Imagina que somente a mãe necessita de tratamento e orientação, por não ter capacidade adequada para educar o filho; não são poucas às vezes em que os pais atribuem às mães a culpa pela relação difícil com o filho, embora eles participem muito pouco no sentido de ajudar a melhorar essa relação.

São, também, muito freqüentes as ocasiões em que o pai desautoriza a mãe e até agride na frente do filho. Este é um exemplo negativo, se considerarmos o significado do relacionamento familiar na formação do indivíduo.

Há vezes em que os filhos procuram imitar as atitudes do pai e, também tentam agredir a mãe. As desavenças do casal geram um clima de insegurança importante nas crianças. Nessa situação podemos concluir que a terapia do casal é mais importante e necessária que a terapia da criança.